2.5.11

Quem a vê passar com seu ar calmo e sereno, nem imagina o turbilhão que vai dentro dela. Quem a vê passar nem imagina as suas angústias, as suas dores, a sua melancolia, as suas saudades. Não imagina sua imensa vontade de viver, seu desejo de abraçar o mundo, seu anseio por felicidade. Ninguém imagina sua imensa tristeza, sua solidão quase que constante, seu coração partido. Não há sequer uma pessoa que imagine todos os seus amores. Seus amores perdidos, seus amores não correspondidos, seus amores imaginários, seus amores decepcionantes, seus amores incansáveis. Não há ninguém que imagine seu medo, sua nostalgia, seu mistério, seu humor, seu vazio. Ninguém que tenha coragem de desbravar esse imenso universo que é ela. Ela que quando passa desperta tantos olhares, tantas viradas de cabeça, tantos elogios, por vezes indecentes. Ela que desperta invejas. Ela, tão insegura. Ela, que não queria olhares, que não queria invejas, que não queria elogios. Ela que só queria alguém que precisasse dela. Alguém que fosse o motivo do ar calmo e sereno de quando ela passa. Ou alguém que fosse o motivo do turbilhão que vai dentro dela. Pra que ela passasse em paz.

3.2.11

Chuva.

E junto com ela, uma sensação de vazio e tristeza.

Céu cinza chumbo. Exatamente a cor do seu sentimento.

Desamparo.

As gotas da chuva caem na mesma intensidade de suas lágrimas.

Lavam a rua.

Lavam a alma.

Incessantemente.

Lavam e não param.

E chove.

E chora.

24.7.10

Joooooohn *-*

So sexy. Love you.

20.7.10

Os Melhores Amigos do Mundo

Eu realmente, realmente tenho os melhores amigos do mundo! Não só amigos que me fazem rir, que me dão conselhos, que saem comigo, e outras coisas comuns que todos os amigos fazem. Não. Os meus amigos são os melhores.
Amigos que me levam tortas holandesas nas tardes entediantes de sábado, amigos que me fazem companhia no almoço de domingo, amigos que me deixam dormir em seus ombros voltando da balada de madrugada no meio da semana, amigos que me compram chocolate quando to deprimida na faculdade porque sabem que isso me deixa mais feliz, amigos que me chamam pra assistir filmes não muito bons e então nós ignoramos o filme e ficamos simplesmente conversando e morrendo de rir, enchendo o saco um do outro durante o filme todo e combinamos de nunca mais assistir filmes tão ruins ( e que filme era mesmo?), amigos que têm que fugir da namorada pra sair comigo, amigos que falam comigo no msn toda vez que me veem online, invariavelmente, mesmo que seja só pra dizer 'oi', amigos que nem gostam das músicas que eu gosto, mas escutam mesmo assim, só pra me agradar, amigos que me emprestam os livros que mais têm ciúmes, amigos que abrem a porta do carro pra mim, amigos que me chamam de 'amor, queridíssima e mimosa como uma holandesa', amigos que dizem que tenho o melhor abraço do mundo, amigos que me ligam só pra saber se estou bem - e não apenas para serem educados, mas porque eles realmente se importam-, amigos que pagam mega caro no ingresso pro show do Jason Mraz mesmo sem conhecer nenhuma das músicas só pra não me deixar ir sozinha, amigos que me obrigam a comer quando não quero, amigos que me chamam de idiota, chata e besta, amigo que me chamam pra comer pizza e jogar Uno num sábado à noite, amigos que me expulsam do sofá pra assistir ao jogo do seu time bem quando estou assistindo à minha comédia romântica favorita, amigos que perdem metade da festa pra cuidar de mim quando passo mal, amigos que me emprestam sua televisão quando a minha estraga, amigos coloridos, amigos que falam taaaanta besteira no msn que quase me matam de rir, amigos que caem quando estão bêbados e me levam junto, amigos que me colocam pra dormir, amigos que me emprestam o casaco quando eu to com frio (mesmo que quase congele de frio), amigos que saem da dieta pra comer macarrão comigo, amigos que mandam emails divertidos, amigos que dizem 'eu te amo' sem a menor vergonha, amigos que acham que eu sou a melhor lavadora de louça do mundo, amigos que brincam de 'Antônio Nunes', amigos que dizem 'mas você não tá gorda, tá gostosa' ou 'se eu não fosse gay eu te pegava', amigos que cozinham maravilhosamente bem, amigos que acham, coitados, que eu cozinho maravilhosamente bem, amigos que não sabem nem fazer miojo, amigos que colocam fotos que acabam com minha reputação no orkut, amigos que moram muito longe, amigos que moram tão pertinho, mas nem conheço a casa deles, amigos que brigam com a garçonete por causa do mau atendimento, amigos que falam francês, inglês ou espanhol lindamente, amigos que jogam tênis, vôlei, futebol americano, rúgbi, amigos que cantam, amigos que desenham, amigos que escrevem, amigos que só conheço pela internet, amigos que têm as roupas mais lindas do mundo, amigos que brigam comigo e me dizem umas verdades, amigos que me ligam todos os dias, amigos que vivem de dieta, amigos que têm filhos super fofos, amigos vegetarianos, amigos idiotas e retardados, amigos mais velhos e bem-sucedidos, amigos mais novos que não sabem o que querem da vida, amigos que já moraram fora do país, amigos com experiências de vida enriquecedoras, amigos que sempre têm algo de bom pra me oferecer.
São meus amigos. Dos quais não abro mão. Amigos que sempre podem contar comigo. E que eu sei que sempre poderei contar com eles. Porque eles são, sim, os melhores amigos do mundo.

19.7.10

Sem título (parte II) - ou para Bruno Manzaro

"Moço, não dá pra ir mais rápido?", Débora perguntou pela terceira vez ao taxista. Atrasada. Não podia perder o encontro. Não esse encontro. Não, não podia. Já perdeu as contas de quantas vezes olhou no relógio. E o trânsito não ajuda.
Ela havia passado horas pensando nos detalhes. O que iria usar, o que iria dizer, como iria agir. Ela gosta dos detalhes. E ela gosta de pensar. E mesmo assim, conseguiu se atrasar. Mesmo tendo começado a se arrumar com quase 3 horas de antecedência. Mesmo tendo cronometrado cada minuto que levaria pra chegar, incluindo o tempo perdido no engarrafamento. Ainda assim conseguiu se atrasar. Lei de Murphy.
Seu pessimismo entrou em ação. E se ele não estivesse mais lá? E se ele nem fosse? Calma. Respira. Vai dar tudo certo. Tem que dar. Vai dar. Conta até 10. Melhor contar até mil.
"Moço, não dá pra ir mais rápido?". Só mais três ruas. Coração batendo rápido. Pernas bambas. Porque, vamos encarar os fatos, era uma espécie de encontro às escuras. Tinha tudo pra dar errado.


Mas ele estava lá afinal de contas. Como deveria ser. Um suspiro de alívio. E então uma felicidade instantânea e inesperada tomou conta dela. Como se ela sempre estivesse esperando por ele, durante toda sua vida. E a verdade é que ela estava esperando. Sempre esteve.
De repente, tudo que havia ensaiado, como agir, como falar, como se expressar, tudo isso simplesmente sumiu de sua mente. Tudo o que importava é que ele estava lá. Hesitou por alguns segundos antes de dar os primeiros passos na direção dele. Respirou fundo e foi ao encontro do seu destino.
Bruno estava sentado do outro lado do salão, que nem era muito grande. Aliás, agora que reparou bem, era até bem pequenininho, aconchegante. O ambiente perfeito pra um primeiro encontro. O primeiro de muitos, acrescentou para si mesma. Ele estava sentado olhando pro nada, tão concentrado em seus próprios pensamentos que nem notou a chegada de Débora. Não até que ela estivesse bem perto.
E naquele momento tão esperado, faltaram palavras. Nenhum dos dois conseguiu dizer nada. Bruno se levantou quando a viu do seu lado, com uma cara de quem não estava acreditando no que via. Não, ele não estava. Queria tocá-la, para ver se era mesmo real. Foi o que fez. Abriu seus braços, como quem convida a um abraço. Mesmo sem palavras, Débora entendeu. É óbvio que entendeu.
Ela se arriscaria a dizer que aquele foi o melhor abraço que já recebeu na vida. Um abraço que disse muito mais do que qualquer palavra. Um abraço que dizia "estou aqui. E sou seu". Um abraço de entrega. Aquele abraço que marcava o final feliz de Débora e Bruno.
Ou apenas o começo.

14.3.10

Sem título

Quando a viu pela primeira vez, ela estava lá, sentada numa cadeira da rodoviária, a, talvez, uns cinco metros de distância.
Com o ar despreocupado, lia um livro. "O Último Testamento", de Sam Bourne, ele leu na capa. O livro no colo, a mala no banco do lado, uma lata de Coca na mão, na qual ela dava pequenos goles a intervalos ocasionais. De vez em quando seus olhos varriam o salão, se fixavam em algum ponto ao acaso, se detinham por um tempo, mas não muito. Ela logo voltava à leitura. De vez em quando prendia uma mecha de seus cabelos negros atrás da orelha.
"Ela é linda!", ele pensou. Numa das suas olhadas pelo salão, seus olhares se cruzaram por um momento. Segundos, talvez. Pouco tempo depois aconteceu de novo. Dessa vez, ela sustentou o olhar por um tempo. Seus lábios se curvaram levemente no que parecia o esboço de um sorriso. E então ela voltou ao livro.
Durante uns dez minutos, ele travou uma batalha interna. Ia ou não ia falar com ela? Pelo coração, sim, ele ia. Mas cadê a coragem? Ficou assim por minutos, analisando as possibilidades.
De repente, ela guardou o livro na bolsa, deu uma última olhada em volta, pegou a mala, conferiu as horas no relógio de pulso e saiu. Levou alguns segundos até ele perceber que ela estava indo embora. Ele a estava perdendo, mesmo sem chegar a tê-la!
Saiu correndo desvairado em meio à multidão. Mas não foi rápido o suficiente. Quando chegou, ela já havia entrado no ônibus. "Já era. Acabou. Fim. The end. Ces't fini".
Ou não.
Qual foi sua surpresa ao olhar pra janela no final do ônibus.! Ela lhe sorria e acenava, segurando em uma das mãos uma folha branca, onde estava escrito um número de telefone, seguido de um "me liga, Débora ;*".
Ainda assim, Bruno hesitou antes de ligar. Covardemente, é verdade. Mas ligou. Chegou a sentir um alívio quando ela atendeu, num "alô" meio ofegante.
E então, uma semana depois, aqui está Bruno. Num aconchegante restaurantezinho no centro de São Paulo. Esperando por Débora. Que está, obviamente, atrasada. "E se ela não vier? E se não der certo?". Bom, pelo menos ele tentou.

#continua

15.1.10

Deu vontade

De repente eu percebi que eu tinha abandonado isso aqui. O motivo? Falta de criatividade.
Mas é que eu leio tanto post bom por aí que não me sinto boa o bastante pra manter um blog.
Enfim, hoje deu vontade de voltar (talvez seja porque a internet tá um tédio e eu não tinha mesmo outra coisa pra fazer).
O fato é que senti vontade de escrever, embora eu nem esteja inspirada.
Nem um pouco inspirada. Como eu já disse no twitter, minha criatividade tá dando uma voltinha pelo mundo. Hoje ela tá em Miami (#inveja).
Quando ela voltar eu aviso.